UnB e PM debatem ações contra crimes no campus

Publicado  quinta-feira, 29 de julho de 2010

Universidade estuda a formação de um convênio com a Polícia Militar. Corporação vai ajudar na elaboração de plano de segurança, além de distribuir cartilhas com recomendações direcionadas aos calouros
Ariadne Sakkis
Representantes da Universidade de Brasília e o 3º Batalhão de Polícia Militar discutiram ontem medidas para tornar a instituição um lugar mais seguro, além do reforço das rondas, colocado em prática desde a semana passada, quando duas mulheres foram assaltadas ao chegarem à agência do Banco de Brasília (BRB) do Câmpus Darcy Ribeiro, no início da tarde do dia 21. Dados levantados na 2ª DP (Asa Norte) não indicam o aumento na média de ocorrências na instituição, mas o registro de três episódios envolvendo armas de fogo no intervalo de um mês acendeu as luzes de alerta. “Esse tipo de crime não costuma acontecer dentro da UnB”, observou o prefeito da universidade, Paulo César Marques.
Segundo Marques, uma série de questões de segurança que preocupam a comunidade acadêmica foi exposta às autoridades e a resposta da PM foi bastante positiva. “Convergimos em diversos pontos e estamos estudando a formação de um convênio de cooperação semelhante ao vigente entre 1996 e 2001, quando um posto policial foi construído dentro do câmpus”, diz. Os policiais se comprometeram a entregar cartilhas contendo recomendações de segurança direcionadas, em especial, aos alunos calouros. A UnB também está fazendo uma consultoria para elaborar um plano de segurança e contratar servidores especializados até o fim do ano. “A PM se disponibilizou a nos auxiliar e fazer observações sobre o plano”, disse Marques.
O problema mais frequente enfrentado pelos estudantes são os roubos e furtos de carros nos estacionamentos. “Reconhecemos que temos problemas, mas nós não podemos enxergar a universidade como uma ilha dentro da cidade. A UnB é um lugar aberto e cresceu muito. Por isso, concentra carros e tem problemas com assaltos”, explica o chefe de gabinete da Reitoria, Wellington de Almeida. Para ele, deve haver um trabalho de conscientização da população acadêmica. “Você tem que ter o direito de andar tranquilamente, o que deve ser garantido pelo governo, mas isso não o exime de cuidar da própria segurança”, avalia.
A relação entre a UnB e as forças de segurança é tensa, principalmente devido às duas ocupações da universidade — em 1968 e 1977 — por tropas militares. Enquanto a classe acadêmica é uníssona quanto à necessidade de maior segurança, há um racha sobre a presença de policiais no câmpus. O prefeito acredita que “sempre haverá resistência, mas nós entendemos que os tempos são outros. Estamos falando de segurança pública. Queremos a cooperação da polícia respeitando a natureza da universidade, sem haver constrangimento e repressão”. Marques reconhece que haverá muita discussão sobre o assunto, o que classificou como “saudável”, e diz que será preciso fazer um trabalho de sensibilização para que estudantes e funcionários aceitem os procedimentos de segurança como, por exemplo, quando for requerida a identificação de alguém. “É bom que a pessoa entenda que se trata da segurança de todos. O tempo vai trabalhar ao nosso favor”, considera.
Quanto ao primeiro lugar na lista de reclamações — a iluminação precária —, Wellington de Almeida informou que a licitação para iluminação pública já está em curso. De acordo com ele, a universidade também estuda ampliar o sistema de vigilância eletrônica, como a que flagrou o roubo de equipamentos da UnB TV no início de julho e possibilitou a identificação do ladrão.
RU para de funcionar
O Restaurante Universitário (RU) da UnB parou de servir refeições desde a noite desta terça-feira. O motivo foi o desligamento imediato da caldeira do RU, pois havia risco do rompimento da tubulação de vapor. A universidade terá de comprar refeições prontas para continuar oferecendo alimentação aos alunos. Somente os moradores da Casa do Estudante serão beneficiados, pois existe um contrato que garante o direito a esses alunos. Para os demais alunos, existe um processo de terceirização para o fornecimento de comida pronta. Algumas empresas já apresentaram as propostas para a licitação.De acordo com a diretora do RU, Cristiane Moreira, o parecer do Centro de Manutenção de Equipamentos (CME) revelou que a tubulação que leva o vapor da caldeira para a cozinha do RU está corroída. Sem o equipamento, não é possível cozinhar alimentos em grande quantidade ou a higienização dos pratos e talheres. “Essa caldeira já tem mais de 30 anos, foi adquirida com a inauguração do prédio. O recomendado é que o restaurante tenha duas caldeiras funcionando, mas uma delas, a mais nova, quebrou e não foi consertada”, revela Cristiane. Em 2006, um processo foi aberto para a aquisição de uma nova caldeira. Mas foi arquivado em 2009.

Fonte: Correio web

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