Feliz Aniversário Brasília

Publicado  quarta-feira, 21 de abril de 2010


Parabéns a todos os cidadãos que fazem parte da história
desta maravilhosa cidade.
Quem foi Mário Garófalo?
Garófalo nasceu em Fortaleza em 1920. Filho de pais italianos, ele se tornou um dos maiores jornalistas da história do Brasil e  de Brasília.
Este jornalista fez a primeira transmissão de rádio e TV em Brasília, além de cobrir a inauguração da nova Capital em 1960. Foi um dos pioneiros na transmissão jornalística de um acontecimento ao vivo, em 1948.
 Entre 1960 e 1965, comandou o Correio Braziliense e a TV Brasília.
                                             Mário e Juscelino Kubitschek
Em junho de 1980, Garófalo, diretor-presidente e criador, viu tornar realidade a Brasília Super Rádio FM, com a transmissão da bênção do Papa João Paulo II, em uma visita a Brasília.

                                                         Mário e o Papa João Paulo II
Mário faleceu em 2004, deixando um grande legado jornalístico brasileiro.
Em homenagem a Brasília, o grupo Interligado mostrará uma entrevista do jornalista e radialista Mário Garófalo, para o Correio  Web.
Fonte: http://www.correioweb.com.br/hotsites/brasilia44anos/entrev.htm
Éderson Marques
Do Correio Web
Mário Miguel Nicola Garófalo, 84 anos, nasceu em Fortaleza (CE). Seu segundo casamento, com Lúcia Batista Garófalo, se deu há 34 anos. O jornalista, amigo pessoal de Juscelino Kubitschek, veio à capital para fazer a cobertura de inauguração. Depois do dia histórico de 21 de abril de 1960, Garófalo foi se despedir de JK quando recebeu o convite para se mudar definitivamente para Brasília.
Na época, ele morava em uma casa improvisada do Correio Braziliense na W3 Sul e dormia sob uma escada.. Em entrevista ao CorreioWeb, Garófalo relembra episódios que marcaram o início da nova capital.
CorreioWeb: Como e por que o senhor veio para Brasília?
Garófalo: Vim porque tinha que cobrir a inauguração. Era repórter dos Associados e recebi a determinação. Antes do dia 21 de abril de 1960, estive umas quatro vezes na capital a convite de alguns presidentes da Novacap. Nunca duvidei que a cidade ficaria pronta na data prometida porque conhecia Juscelino da época em que ele era prefeito de Belo Horizonte.
CorreioWeb: Qual foi a primeira impressão que o senhor teve ao pisar na nova capital?
Garófalo: Eu acompanhei a construção e para mim a surpresa não foi tão grande. Por outro lado, quando vi as formas de Niemeyer e o espaço utilizado por Lúcio Costa fiquei muito feliz. Era o sonho transformado em realidade.
CorreioWeb: Certa vez o senhor disse que acreditava em tudo o que previa o sonho de D. Bosco. Morando aqui desde a inauguração, na sua opinião, o que já se concretizou desse sonho e o que o senhor ainda espera que se realize?
Garófalo: O surgimento de Brasília é o primeiro sinal de que D. Bosco estava certo. Eu tenho de reler o original (do sonho) em italiano para me lembrar de tudo, mas a edificação de uma cidade entre os paralelos 15 e 16 foi concretizada.
CorreioWeb: A história de Brasília traz consigo a história do Correio Braziliense. Como o senhor vê esse envolvimento que o Dr. Evaristo Oliveira classifica como "uma relação de irmãos gêmeos"?
Garófalo: É verdade. Por muitas vezes essas duas histórias se confundem. O novo era parte do dia-a-dia de todos naquela época. Vivi muitas dessas histórias. Em 1968, quando a UnB foi invadida pelos militares, eu e um amigo estávamos lá. Não sei se os policiais me reconheceram, mas um deles disse que era para eu ficar de fora daquilo e eu saí de lá. Mas foi com a ditadura militar que Brasília se firmou como capital. Falava-se muito no retorno para o Rio de Janeiro e qualquer coisa era motivo de debate. Quando Castelo Branco assumiu logo disse aos ministros que deveriam se mudar para cá, pois a capital era aqui e pronto. Não houve dúvidas, todos se mudaram e depois disso não se falou mais nisso.
CorreioWeb: Como foi sua carreira no Correio Braziliense?
Garófalo: Foi uma carreira relativamente curta. Fiquei apenas cinco anos, de 1960 a 1965. Nesse período exerci o cargo de diretor, mas fazia de tudo. Na verdade, eu sempre fui assim, nunca consegui ficar quieto em um canto e sempre procurava algo para fazer. Teve um episódio em que eu vi um cano quebrado nas dependências do prédio. Não chamei ninguém. No dia seguinte, peguei um outro cano e arrumei na rosca certa e ficou tudo prontinho.
CorreioWeb: O que marcou nesse tempo todo em que o senhor esteve no Correio Braziliense
Garófalo Essa é uma boa pergunta. No tempo em que estive lá eu fiz amizades marcantes. A equipe que veio a Brasília para cobrir a inauguração era fantástica. Quando o Cid Varela me pediu para assumir o Correio e não tive dúvida em dizer sim. Aliás, além de um desafio, eu já havia aceitado a proposta de JK para permanecer na cidade.
CorreioWeb: Muita gente duvidou de Juscelino Kubitschek quando ele anunciou a construção da nova capital. Qual foi sua reação quando tomou conhecimento do fato e quando viu o andamento das obras?
Garófalo: A reação foi normal, pois conhecia JK. Nunca o achei louco, pois ele era visionário. Quando visitei pela primeira vez a cidade, tive certeza que no dia previsto para a inauguração eu estaria ali cobrindo, pois era repórter.
CorreioWeb: Qual recado o senhor daria para aquelas pessoas que não acreditaram em Brasília e para aquelas que hoje vivem nela?
Garófalo: Elas deveriam ter lido bastante o sonho de D. Bosco e acreditado no futuro. Para aquelas que hoje vivem aqui, acredito que devem construir o que vem pela frente, pois a história já mostrou que Brasília é uma cidade de oportunidades.
CorreioWeb: Brasília já foi chamada de "capital da esperança". Depois de tanto tempo e grandes transformações, o senhor acredita que o termo ainda pode ser usado como slogan para aquelas pessoas que pensam em vir morar e trabalhar por aqui?
Garófalo: Por incrível que pareça, eu nunca ouvi esse tão comentado ditado. Mas acredito que Brasília continua sendo uma cidade dotada de oportunidades, o que faz com que ela leve esperança a muitos brasileiros. Sobre o slogan, acho que Brasília não precisa mais de um, pois ela fala por si só.
Grupo Interligado.

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